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Regresso às aulas
31-08-2012 16:39
Com o final de Agosto e com o fim das férias para uma larga maioria das pessoas, chega o mês de Setembro. Com ele, chega, também, um dos maiores pesadelos do ano: o regresso às aulas. Os últimos meses não foram fáceis: pagamento do IRS que para muita gente foi uma fatalidade e a abranger cada vez mais pessoas, o pagamento de uma parcela das férias em Agosto, uma outra parte a ser diferida para Setembro/Outubro, para além de todas as outras despesas do dia-a-dia. Esta altura do ano, tem, também, a agravante de a segunda parcela do IMI ter de ser liquidada já no próximo mês.
Como se não bastasse, com o regresso às aulas, vem, também, um conjunto de despesas que, normalmente, só nos apercebemos delas quando somos confrontados com elas. Para além dos manuais e de todo o material escolar, temos as despesas com a roupa, com o calçado, com todos aqueles extras necessários para a escola. Para as crianças é uma fase de grande exaltação. Pelo contrário, para os pais é uma fase de grande ansiedade, capaz de fazer rombos orçamentais em qualquer família. O ideal é começar a pôr de lado durante todo o ano um pequeno montante para que, quando chegados a esta altura, possamos viver de forma mais desafogada. No entanto, nem sempre isso é possível fazer. Para a maioria das pessoas só agora é que começaram a pensar, realmente no que aí vem. Para esses pais sugiro o seguinte:
- Começar por fazer uma lista de tudo o que vão precisar para esta nova fase do ano;
- Impor um limite máximo para o orçamento e segui-lo dogmaticamente. Com esta ferramenta aliada à lista, permite-lhe evitar gastos supérfluos, porque sabe exactamente o que quer;
- Faça comparações. Perder algum tempo na comparação de preços em vários locais, desde que não vá de propósito, pode fazer com que consiga poupar alguns euros que poderão fazer a diferença;
- Não compre o que precisa à última da hora, senão corre o risco de não comprar tudo ou comprar tudo aquilo de que o seu filho, caprichosamente, quer. Habitue-se a dizer não. Vai verificar que após algum tempo vai ser muito mais fácil, para além de o estar a educar financeiramente, dizendo-lhe, desde muito cedo, que não se pode ter tudo o que se deseja, ou de outra forma, não se pode viver acima das nossas possibilidades. Não quer dizer que não abdique de uma ou duas “coisas”, fazendo a vontade ao seu filho;
- Evite ir aos hipermercados com o seu filho e evite ir, também, com fome. Nesta altura, com tanto para oferecer pode ser uma tentação para os mais consumistas. Pense: vai precisar, realmente, disto ou daquilo?;
- Apesar de ser uma época complicada, não peça crédito. Aquilo que vão pagar em juros irá ser muito mais do que aquilo que iriam gastar se pagasse a pronto;
- Tenha em consideração que os manuais escolares são válidos por mais anos e, portanto, se tiver mais filhos separados por poucos anos, então poderá ter a felicidade de os reutilizar. Pergunte aos seus amigos e familiares se têm manuais de anos anteriores e se os podem emprestar. Pergunte noutras instituições, nomeadamente, bibliotecas, nas próprias escolas. Se está mesmo apertado, financeiramente, então vá, por exemplo à Câmara Municipal ou Junta de Freguesia ou à Cáritas. Há instituições por todo o país que já estão no terreno com este tipo de iniciativas. Se não precisa dos livros do ano anterior, pondere em facultá-los a outros, verá que está a ajudar quem precisa;
- Há situações em que o factor economicista não pode ser o único a ser tido em consideração. Estou a referir-me à compra da mochila, por exemplo. Esta, terá de ter em conta vários factores. São eles:
- Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as crianças não devem transportar mais de 10% do seu peso ideal. Até aos 12 anos podem ocorrer a formação de escolioses e degeneração dos discos da coluna. Como a formação óssea ainda não está concluída, até esta idade, com o acréscimo de peso só vem piorar possíveis mal formações existentes;
- Leve o seu filho quando comprar a mochila ou pondere adquirir um trólei com pega regulável para se adaptar à altura do seu filho. O seu filho nestas circunstâncias não deve dobrar o braço ou o tronco para puxar o trólei;
- Uma mochila vazia não deve pesar mais de 0,5Kg;
- Caso opte pela mochila, esta deve ter alças para ajustar e regular e devem ser suficientemente largas em toda a sua extensão para dar um mínimo de conforto e sustentabilidade. No uso da mochila tem de ter em atenção que ela deve estar o mais justa possível na área entre as omoplatas para causar o menor dano possível. Isto requer que a mochila deva estar apertada o mais possível. Inicialmente pode ser desconfortável. Se estiver, confortavelmente, apertada não vai precisar de um cinto à volta da cintura, para evitar as oscilações. Quanto às fivelas, verifique se são resistentes e práticas;
- Conforto, gosto e preço devem ser, também, questões a considerar;
- Não compre o material todo de uma só vez, vá comprando à medida que vai sendo preciso;
- Compre o material escolar ao longo do ano. Deixando para esta altura vai enfrentar preços mais elevados;
- Aproveite os saldos e os outlets para comprar roupa e calçado para o Outono;
- Antes de começar a comprar todo o material, certifique-se de que o tem em casa:
- Quantas canetas tem em casa que lhe foram dadas durante o ano? E lápis?;
- Compre bens que durem e de preferência que durem mais do que uma ou duas estações;
- Guarde todos os documentos de compra e venda, para acionar a garantia, caso seja necessário, mas também, para o IRS.
Por fim, gostaria de fazer referência à subscrição de um seguro de acidentes pessoais e de responsabilidade civil para os seus filhos. O seguro escolar apresenta falhas graves a começar pela falta de conhecimento da apólice de seguro escolar por parte dos pais. Alguma vez teve acesso à apólice desse seguro? Pois é, começa aí. Este seguro só cobre acidentes durante a actividade escolar e, ainda assim, tem de ser uma actividade cuja organização é da responsabilidade da escola. Fora do espaço escolar não abrange, excepto, excursões, estágios, aulas práticas e as viagens de, e para a escola. Obviamente, sem haver desvios. Atenção a estes desvios.
Bom ano escolar e bom regresso ao trabalho!
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