Arrisque! Toda vida é um risco - 1ª parte

05-07-2012 18:20

 

     A arte de investir pode ser para muitos, algo inatingível, para outros, é o dia a dia recheado de altos e baixos e, nalguns casos, cheio de emoções fortes capazes de levar o mais paciente Jó ao desespero num dado momento, mas, também, à euforia esfuziante no momento seguinte. 

     Aprender a investir é, quase, como aprender uma língua nova. É preciso começar pela base e conhecer os principais conceitos inerentes ao investimento em si. Desta forma, é possível criar uma carteira de activos, suficientemente, diversificada que no conjunto há-de gerar valor e contribuir para a geração de um património sólido. 

     Pretende-se com esta abordagem clarificar alguns conceitos que já foram abordados nalguns artigos deste mural, mas que por não ser a altura mais apropriada, talvez, tenham ficado aquém das expectativas.

     Hoje há produtos financeiros para todos os gostos e nível de risco, no entanto todos eles, ou quase, derivam de três tipos de investimento. São eles:

          - Liquidez – este tipo de investimento é feito em dinheiro ou equivalentes a dinheiro, nomeadamente depósitos e certificados de depósito que há-de ser objecto de reflexão, brevemente. A grande vantagem deste tipo de investimento é que é altamente líquido, isto é, rapidamente se transforma em dinheiro, precisamente pela natureza do investimento destes fundos;

          - Obrigações - é um título que representa parte de dívida de um Estado ou empresa. Quando compra uma obrigação está a emprestar dinheiro a uma entidade que lhe pagará um juro regularmente e que no fim do período lhe é restituído. O risco incorrido é maior do que o investimento em liquidez. Basta pensarmos no caso de vendermos estes títulos antes da maturidade. Neste caso, pode vender acima ou abaixo do valor pelo qual o comprou;

          - Acções – uma acção representa parte do capital de uma empresa, isto é, quando compra uma acção está a comprar a parte representativa e proporcional dessa empresa. 
Mas o que está na base da tomada de decisão quanto ao investimento que vai fazer?

     Quando decide que vai investir um determinado montante de capital, em determinado tipo de investimento, o que está subjacente a essa decisão é ou deverá ser, para além dos objectivos a que se propõem obter, o nível de risco que vai assumir, custos, o mix da carteira de activos e a rendibilidade a obter.

     No que ao risco diz respeito, todos nós sabemos implícita ou explicitamente, o que é risco, apesar de por vezes não o conseguirmos definir concretamente. No entanto e para já, o risco é a possibilidade de em certo momento podermos perder parte ou todo o capital que investirmos. 

     Quando decidir investir, deve saber responder a certas questões para perceber qual a sua tolerância ao risco, nomeadamente:

          - Qual o grau de tolerância ao risco a que podemos estar expostos? Ou seja, qual o preço abaixo do qual não estamos dispostos a vender – stop loss (cortar nas perdas);

          - Estamos dispostos a investir em activos mais voláteis (grandes subidas e grandes descidas), mas com possibilidade de obter maiores rendibilidades?;

          - Estamos dispostos a investir em activos especulativos?

          - Estamos dispostos a investir em activos menos arriscados, mas sólidos?.

     Tudo isto depende da nossa tolerância ao risco, objectivos definidos, espaço temporal, idade, humor, nível de rendimento, etc.

     Por outro lado, temos de ter em atenção um conjunto de factores que podem pôr em causa a sua rendibilidade, nomeadamente a inflação, comissões, impostos, etc. No que respeita à inflação, que é a alta generalizada e persistente dos preços, temos de ter em consideração que para que os investimentos tenham rendibilidades positivas devem render acima da taxa de inflação. 

     No que respeita aos impostos, estes, também, têm de ter em consideração que aquando da venda desses activos e caso haja mais valias, deverá haver lugar ao pagamento de imposto em sede própria.

     No que respeita aos custos, sejam eles comissões, taxas, etc., 
estes têm uma influência na rendibilidade dos seus investimentos. Portanto, no fim do período previamente definido, a rendibilidade deve ser a desejada, retirando todos estes custos e mais alguns que, eventualmente, haja.

     Finalmente a composição da carteira de activos que deve ser o mais diversificada possível. Esta carteira diversificada deve conter activos arriscados mas também activos sem risco (ou quase sem risco). Esta diversificação é necessária para que as descidas de certos activos sejam compensados pela subida de outros. Para além disso, deve conter activos de vários sectores de actividade, precisamente pelas mesmas razões.

     Ao investir o seu capital deve pensar que ao correr riscos deve minimizá-los, assim como deve minimizar a volatilidade e maximizar a rendibilidade, para que os seus objectivos financeiros sejam alcançados.

 

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